sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Valorização do Ser Humano



A idéia de valorização de qualquer coisa é uma invenção humana, uma ação boa numa sociedade pode ser considerada ruim em outra, o que é tido como belo numa comunidade pode ser digno de náuseas em outra, o que provocaria orgulho num cidadão num local gera ódio em outro, em outras palavras, toda e qualquer qualificação do ser humano é uma invenção essencialmente humana e dependente do ponto-de-vista.

Nesses termos, breves reflexões sobre algumas idéias:

- Herói: quem segue de maneira plena um sistema de regras, se for cristão, fazer o que disse Jesus, se for judeu, fazer o que disse Moisés e assim por diante.

- Nobreza: o cargo, subjetivo ou objetivo, recebido por direito ou justiça, relativo à regra de valorização de uma sociedade.

- Ser atraente sexualmente: união de um prazer hereditário organizado de acordo com a cultura, por exemplo: o prazer do toque (e talvez cheiro), que dá origem ao prazer sexual, acaba sendo intermediado por um sistema de qualificações da sociedade em questão, que colocará negros, brancos, amarelos, gordos, magros, loiros, morenos ou ruivos nas fantasias sexuais desde os primeiros anos de vida, organizando assim a atração sexual por uma ou outra aparência. Ainda, se as revistas de beleza, filmes eróticos e novelas colocassem pessoas gordas, de cabelo encaracolado e negro e de pele amarela como sendo interessantes para as crianças e pré-adolescentes, as fantasias de toques/ sexo se baseariam nessas idéias, nesses termos, as indústrias de cosméticos fariam pós amarelos ao invés de pó-de-arroz, cremes que deixassem o cabelo encaracolado ao invés de liso, “engordadores” ao invés de emagrecedores e outros respectivos desdobramentos. Como quem controla a mídia, inclusive mundial, são os norte-americanos, eles vendem a sua aparência como sendo a mais bela do mundo, organizando, cada vez mais, a atração sexual do mundo, segundo sua aparência. Não é à toa que as mulheres brasileiras, por razões cujas bases lhes são geralmente desconhecidas, querem se tornar loiras.

- Auto-estima/ orgulho/ vaidade: o quanto uma pessoa consegue ser ou ter o que a mídia (revistas, filmes, jornais, rádio e internet) vende, que carregará, obviamente, os interesses de quem lhe chefia, que por sua vez, muitas vezes, está inserido de maneira alienada no próprio sistema de valores que vende.

- Vil, criminoso: quem quebra as regras de conduta de um punhado de pessoas, eleitos pela maioria ou não, lúcida ou não.

- Bom: aquilo que faz parte da moral aprendida.

Portanto, a grande maioria dos sentimentos e emoções, significado e sentido para a vida, são governados pelos valores aprendidos, geralmente nunca questionados. A melhor forma, talvez, de lidar com tudo isso é aperceber-se da situação, aprendendo a refletir de maneira saudável em que nível, se é que algum, vale viver nesses termos ou não, fazendo as mudanças em si necessárias para uma vida mais plena, sendo essa plenitude de acordo consigo mesmo.

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