sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Status

Status é o cargo que um indivíduo ocupa dentro de uma escala de valores para uma ou mais pessoas de uma ou mais tribos. Exemplos: para os seguidores de uma religião, é o quanto um indivíduo vive segundo esse sistema de idéias de como viver; numa academia para a estética corporal, é o quanto alguém consegue ficar com um corpo malhado; para os consumistas de carros, é o valor R$ do automóvel em questão; para os surfistas, é o quanto sabe surfar; para os dinheiristas, é o quanto gasta e/ou tem; para os que "trabalhar enobrece" é que horas sai de casa, quanto tempo tem de almoço, que horas chega e quanto do sábado e domingo terá que se dedicar para a coisa; para...

Perguntas: daqueles que você traz para a sua intimidade, e que são chamados de amigos, em que nível eles se preocupam com o seu status em relação ao público ou perante determinada tribo? E se estiverem na sua intimidade e se interessarem prioritariamente com o seu cargo na sociedade, podem eles serem chamados de amigos? E se não soubermos que a causa fundamental do interesse de alguém a quem confiamos os nossos segredos é o quanto outros nos estimam, o que isso faz de nós?

Agora, imaginemos alguém que compra um carro por status público (leia-se: aquele que você não traria para a sua vida privada), ou um apartamento maior pela coisa, ou até uma viagem ou bolsa de R$5.000,00 para atrairem olhares curiosos ou de inveja, essa pessoa, que dedicou seu esforço, ou seja, vida, para que tivesse esse status, quando morrer, dessas pessoas com quem se ocupou durante a vida, quantas sentirão a SUA falta? Ainda, em que nível vale alguém usar a própria vida para ser valorizado por quem o próprio indivíduo não o faz? Mas Sêneca disse melhor: "Por que você quer ser aplaudido por quem você nãao aplaude?"

Afinal, das pessoas que você quer por perto de você, pelo quê você quer ser atraente para elas? A vida fica certamente mais rica quando nos ocupamos em melhorar aquilo que nos torna interessantes para os nossos amigos, amantes e mestres: humor, caráter, disciplina, maneira de olhar para o mundo, justeza, sabedoria e importantes conhecimentos para nós.

Um bom amigo precisa apenas de 3 caixotes (2 cadeiras e 1 mesa), um espeto com carne cravado no chão perto da fogueira, uma garrafa de um bom whisky, vinho, cerveja (tá, suco de laranja ou café também) ou qualquer outro tempero para a conversa para valorizar o sucesso financeiro ou social do outro. Não fará diferença se o apartamento é de 30 m2 ou 300m2, quem se preocupa com isso é quem está mais interessado com o local da conversa do que ela em si, e este não poderia ser chamado de amigo, mas sim de outras coisas.

Resumo dessa ópera: usar a própria vida para ser ou ter o que os amigos, amantes e mestres de vida não valorizam prioritariamente, é uma maneira de jogar a existência no lixo. Ter status frente estes é o único que realmente importa. Ok, também é importante perante quem pagará suas contas, e por vezes, em relação a sogros e afins.

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