quinta-feira, 14 de maio de 2009

Compulsão/ Escravidão pela Vaidade/ Orgulho/ Auto-estima


Por compulsão compreenda-se o ato repetitivo, de aparência involuntária e que é buscada ser governada pelo indivíduo que a possui, mas não consegue.

Escravidão é ser governado por algo ou alguém, de maneira objetiva ou subjetiva, de forma percebida ou não.

Por vaidade entenda-se a estima de si mesmo com base em critérios tidos como vãos, ilusórios, menores, seja lá por quem for.

Orgulho pode ser definido como o ato de considerar-se maior ou melhor por um ou outro critério.

Auto-estima é a valorização que cada um dá a si.

Há hoje uma busca desesperada de uma grande auto-estima, não basta ser muito bom, é necessário ser excelente, não basta ter partes belas num corpo, é preciso tê-lo inteiramente assim, não é suficiente gostar de si, é preciso amar-se como se fosse divino.

Como conseqüência desses raciocínios, tem-se sofrimentos emocionais e/ou físicos graves, vide anorexia, cuja origem comum é a busca de um corpo desprovido de gordura, com a finalidade de ter o corpo perfeito, sentindo-se muito bem sobre si. Essa idéia tem como base a política da mídia atual, que facilita a compulsão de querer ser cada vez mais magro, pois a isso está condicionada uma alta auto-estima, a qual tem o poder de prazer similar a de drogas.

Não apenas espera-se a perfeição de si como também, por vezes, dos outros, gerando assim uma sensação de insuficiência (nunca alguém será o mínimo, aqui tido como a ausência de faltas ou falhas) freqüente em relacionamentos afetivos e uma profunda preocupação em cometer erros, provocando facilmente uma ansiedade constante.

Há um aumento real de exigência no mundo do trabalho, principalmente no que se refere à formação (para muitos empregos, somente formar-se na faculdade é considerado mínimo, contrário do que era há 30 anos), contudo, indivíduos têm quisto também se tornarem perfeitos, superiores, gostados por muitos, populares e, portanto, o considerado suficiente é esgotante, podendo custar a própria vida, como no caso da anorexia.

Amar-se seria buscar o próprio bem por considerar-se belo, embora não seja preciso ser maravilhoso. Muitos indivíduos se tornaram escravos da própria vaidade/ orgulho, metamorfoseando-se em amantes da própria religião onde se é o próprio Deus.

Ora, é bom gostar-se e buscar o próprio bem, mas viver em função de uma alta auto-estima é muito limitante, provocando, comumente, mais sofrimento do que qualquer outra coisa.

Então, amar-se sim, viver em torno desse amor já soa outra coisa. O mundo possui várias outras coisas tão boas ou tão importantes quanto o espelho.

Um comentário:

Anônimo disse...

(essa doeu no fígado...rsrsrs)

Mas, sei lá, o mundo precisa de um grande espelho....
Mas, mesmo assim, tem pessoas que se negam a olhar pro lado e criam um mundo próprio.
E fica a pergunta: Quem é pior?
A imagem refletida?
Ou quem está diante dela?