sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dores e Soluções para Traições



A questão de ser traído é um dos contextos mais complexos que existem. Ser traído significa ter um relacionamento no qual, uma das regras, é que o outro ou outra não se relacione afetiva nem fisicamente com outra pessoa a partir de um certo limite, sendo contudo, quebrada.

As dores e soluções mais comuns de ser traído são:

1-) Ser substituído/ inferior a outro
É possível ser inferior, tudo dependerá de qual critério utilizado para dizer quem é melhor no quê. Por exemplo: se o amor tiver como base a atração física e essa advém de corpos magros, joviais e definidos, a beleza de outra pessoa, na medida em que representar isso mais plenamente, será mais atraente; o mesmo valendo para inteligência, condições financeiras, amizade, lealdade, admiração, caráter e sucesso profissional.

O amor está longe de ser algo inexplicável e sempre será o efeito das belezas vistas em alguém, sejam quais forem. Há mulheres que se apaixonam por traficantes pelo poder com base na violência de que são capazes, a beleza está sempre nos olhos de quem vê.

2-) Não se considerar o suficiente para outra pessoa
É possível que o outro queira mais sim, seja em beleza, inteligência, dinheiro, sexo e/ou outros.

Contudo, há um aspecto sempre muito importante, o fato de comumente nos acostumarmos com o que é bom, valorizando o diferente, por mais que seja inferior segundo alguns critérios. Por exemplo: um homem casa com uma das mulheres mais bonitas do planeta, após alguns anos ele se acostuma com a beleza da mulher, interessando-se mais por alguma garota menos bonita, no entanto, diferente. Daí a expressão “a grama do vizinho é sempre mais verde”, quando o correto deveria ser “a grama do vizinho é diferente, daí a impressão que é mais verde”, embora, por (muitas) vezes, seja de fato, “mais verde”.

Vale, apesar dessas idéias, lembrar que, salvo “Afrodites”, ninguém suprirá todos os desejos da outra pessoa por muito tempo.

3-) Possibilidade de ficar sozinho
Algumas pessoas têm muito medo de ficarem sozinhas, seja porque não saberão como serem felizes sozinhas, se preocuparem com o que os outros pensarão ou apenas porque não formarão família.

O ideal é aprender a fazer por si o que o outro faria, dessa maneira, nunca se estará com alguém por dependência, mas sim porque se precisa.

Vivemos num país de raiz católica, ora, a tecnologia de viver bem consigo, sem ter o outro em mente, é, portanto, vista como orgulho, vaidade, soberba, “egoísmo”, enfim, como pecado, facilitando a formação e visão de que a vida sem o outro não tem sentido/ significado, o que aumenta as dores da possibilidade de ser deixado e ficar sozinho. Esse moralismo e condenação católica é perniciosa para o indivíduo que vive sozinho, ele precisa superar essa moral e criar a própria noção de bem e mal, se é que decidirá que existem essas noções independentes dele.

4-) O que os outros podem vir a pensar
No Brasil, não se aprende a ter auto-estima (não parece ser muito diferente em outros lugares), mas sim hetero-auto-estima, aprende-se a se valorizar através do outro, e apenas do outro, noção corroborada por algumas linhas da psicologia, as quais, no caso, estão não apenas errada, como também montam idéias tortas e escravagistas do viver, colocando idéias de alguém apenas se tornar um indivíduo a partir da presença de outro.

Há que se perguntar, nesse caso: a opinião de quem é, de fato, importante? A quem eu daria o direito de ser meu juiz? Se juiz for aquele que, por conhecer muito sobre um determinado aspecto, tem condições de julgar bem algo, quem eu decido que pode julgar quem sou?

5-) Considerar injusto o movimento da outra pessoa
Se a vida fosse justa, ninguém nasceria pobre nem rico, nem com pais bons nem ruins, enfim, nem teria nascido, pois não o teria feito por merecer.

A vida é cheia de injustiças, é preciso aprender a viver bem com elas, seja buscando justiça ou apenas aceitando que assim é.

Então, problema não é ser traído em si, mas sim aprender a lidar com a coisa após o acontecido, o "corno manso" é aquele que oferece a outra face, ou se preferir, outra parte da cabeça. O bom "traído", consigo, é aquele que após o acontecido sacode a poeira depois do golpe e sai do relacionamento ou aceita com resignação a coisa. Entretanto, a segunda possibilidade cheira a dependência de quem o/a traiu, mas...

Portanto, é preciso aprender a valorizar quem se é e o que se tem, sabendo que pode ser pouco para o outro, dependendo de cada um, se assim decidir, melhorar a si, para si e/ou para o outro.

Nenhum comentário: