quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Prazeres Necessários


“A única coisa que nos consola de nossas misérias é o divertimento, porém, é a maior de nossas misérias, pois nos impede de pensar em nós mesmos.
A dignidade do homem está em pensar.”
Pascal


Instinto é buscar prazer e fugir da dor, embora não nasçamos sabendo o que provoca um ou o outro.

Penso que para o Ser Humano ter um humor equilibrado sejam necessários “100 ml” (na medida do possível, bem distribuído durante o dia) de prazer diário, se for muito acima dessa dose, facilmente perderá a capacidade de reflexão e lucidez, o mesmo acontecendo se for pouco ou nada de prazer. Tanto mais o prazer vier de diferentes fontes, tanto menos haverá a probabilidade de uma compulsão.

A melhor capacidade de raciocínio tende a acontecer num momento de paz, numa pessoa que coloca a verdade acima da dor e do prazer e que mesmo sentindo um ou outro, mantém o espírito governado, dentro do possível.

Um homem ou mulher sem prazeres diários, com excesso de pressão, preocupação, responsabilidade, expectativa e esforço tende a ter a curto prazo irritabilidade, cansaço e dificuldades para dormir; a médio e longo prazo facilmente cria depressão, ansiedade, algum tipo de compulsão (na busca pouco saudável do prazer), dificuldades de relacionamento, distúrbios psicossomáticos, alteração de pressão e isolamento. Parte da solução é buscar prazeres semanais ou diários.

O prazer diário é necessário, tanto para a saúde psicológica como para a física, entretanto, a auto-avaliação constante é importante, até para continuar a fazer tudo que é preciso da maneira mais leve possível.

Porque as pessoas estão cada vez mais sem prazeres diários e excesso de esforço, mais e mais se escolhe o caminho mais fácil, o do anestesiamento do viver oficializado de si mesmo, vendido na forma de antidepressivos, calmantes e afins. Ora, eles podem ser muito importantes para algum indivíduo em alguma época da vida, mas depender deles para ter um humor desejado cheira a uma vida ruim.

Refletir sobre a própria vida; entender a si mesmo; buscar melhorar sempre, sabendo valorizar o que já fez e faz; aprender a lidar de maneira leve e com vitalidade com as dores do viver e descobertas; ter prazeres; trabalhar para atingir o padrão de consumo razoável para si e ter relacionamentos sociais desejáveis é um exercício complicado e contínuo; os prazeres ajudam nos momentos de intervalo, podendo acontecer durante o próprio movimento. Fazer tudo isso é nada fácil, mas conseguir atingir um equilíbrio nessas atividades faz o viver ter um sabor único.

Um comentário:

Unknown disse...

Bayard, gostei! Na primeira leitura, e nas subsequentes...
Um bela fórmula do bem viver...
Salvei no docx.
Um abraço
Bona:)