sábado, 10 de janeiro de 2009

Deus e Verdade



Verdade é a atividade psíquica que se aproxima ou que é (embora nunca absoluta) o real, real são as coisas e os movimentos.

Deus é o (1) ser criador do universo, (2) a força que dá razão à vida humana e/ou quem propõe (3) o que deve ser feito através de um escolhido, como é dito ter sido Moisés, Jesus Cristo, Maomé e outros. Aliás, alguém que acredita, presenciou alguma dessas representações de Deus?

Quanto de verdade o ser humano é capaz de possuir? Dessa verdade, quanto cabe o conhecimento de Deus? Desse conhecimento de que o ser humano é capaz, tem ele potencial grande o suficiente para descobrir a origem de tudo e a intenção de tudo?

O ser humano pouco se preocupa com a real existência de Deus ou não, ele está mais preocupado com a funcionalidade de Deus na sua vida do que na probabilidade ou confirmação real de sua existência. Comumente representada pelas frases: se Deus não existir, para quê tudo isso? Se a alma for mortal, para quê me esforçar tanto? Se não existe justiça pós-vida, como lidar com as injustiças? Por que não ser injusto? Se Deus não existir, a minha vida ficará sem significado!

A maioria das pessoas não se preocupa com a verdade, em primeiro lugar colocam o que dá prazer ou dor (buscando e fugindo, respectivamente, chamado de instinto), depois todo o resto (incluindo a busca da verdade), e por vezes, para não dizer quase todas, fica apenas na primeira parte.

Então, como regra geral, primeiro o instinto, depois a verdade, incluindo a possibilidade real de conceber ou entender um deus, ficando, na maioria esmagadora das vezes, apenas como seres vivos governados por dores e prazeres.

Ser governado por dores e prazeres não é ruim em si, apenas não permite a contemplação da verdade, e portanto, a real possibilidade do entendimento, se é que existe, de deus.
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Em suma, os indivíduos governados por dores e prazeres serão facilmente alienados à própria condição humana, principalmente no que se refere aos aspectos existenciais, geralmente comprados no formato de religiões
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Quem quiser, verdadeiramente, contemplar a existência de Deus ou não, pode se perguntar algumas idéias:
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1- O que o ser humano é capaz de conhecer?
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2- Do que ele é capaz de conhecer, Deus faz parte?
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3- O que seria entendido por Deus nesse caso?
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4- Consigo viver bem sem a existência de Deus? (só é capaz de pensar bem sobre Deus e sua possível existência quem não precisar "Dele").
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5- Existe algo ou alguém assim?
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6- Teria esse "Ser" (se é que existe), em algum nível, relação direta com a minha vida?

2 comentários:

Anônimo disse...

"Em nenhum lugar desprezei aquele que acreditava nos espírito, na alma mortal, no sopro dos deuses, na presença dos anjos, nos efeitos da prece, na eficácia do ritual... Mas por toda parte constatei o quanto os homens fabulam para evitar olhar o real de frente. A criação de além-mundos não seria muito grave se seu preço fosse tão alto: o esquecimento do real, portanto a condenável negligência do único mundo que existe." Michel Ofray - Tratado de Ateologia.

Viver humanamente seria viver próximo da verdade?
Bona

Bayard Galvão disse...

Qualquer pessoa que defina "viver humanamente" estará afirmando que têm aqueles que são mais humanos e aqueles que são menos (dependendo de quanto aproximam da definição), gerando assim, uma noção de melhores seres humanos e piores.
Prefiro apenas a idéia de que existem aqueles que vivem de uma forma mais livre ou menos, percebendo melhor e pior as verdades, respectivamente.