quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Prazeres e seus problemas (parte 2)

Contentar-se com o que já se é ou tem e/ou buscar o novo?

Pensemos na reflexão proposta por Nietzsche chamada de "Eterno Retorno", a idéia é: se você fosse repetir o dia de hoje por toda a eternidade, com as mesmas pessoas, atividades, sentimentos e pensamentos, você aceitaria?

Como continuação do raciocínio, pode-se dizer que

Quanto mais alguém quiser um amanhã diferente, mais pobre é a sua vida hoje.

Sem maiores pretensões, pode-se dizer que felicidade é o prazer no presente. Nesses termos, é útil, para quem quiser ser feliz constantemente, na medida do possível, (1) diferenciar quais prazeres são mais duradouros, (2) quais são mais breves, e desses, quais apenas assim o são porque são novos/ diferentes.

O crescimento de cada pessoa tem como base conhecer o diferente (ou criar novas idéias), entender o que antes não entendia. São muitas as possíveis causas pelas quais alguém busca entender mais de alguma coisa, como provar algo para si ou alguém, ganhar mais dinheiro, aumentar a auto-estima, superar uma dor, ter contato com o novo, e/ou o prazer na própria atividade de conhecer, não havendo finalidade outra do que entender melhor uma parte da realidade.
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Na medida em que alguém quiser para amanhã o prazer que teve hoje, nada no presente faltará, e se o indivíduo tiver como base atividades no presente referentes a conhecer o diferente, estará sempre crescendo e sempre satisfeito com o que já tem. Por exemplo: caso alguém goste de ouvir música, saborear um bom vinho, comer uma boa comida e ler um bom livro, ao ter um dia com esses prazeres, é apenas razoável que queira para amanhã o que já teve hoje, crescendo sempre e faltando nada.
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Portanto, um possível ideal para a vida é viver de tal maneira que se morrer no dia, deverá nada para a vida até o momento, até porque não quereria coisa alguma para o futuro senão a vida que teve hoje; morrendo alimentado pelo passado e presente, tendo crescido constantemente e sem a sensação de falta.
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Portanto, viver plenamente a felicidade não significa a morte em vida, como diferentes pensadores da psicologia e filosofia erroneamente pensaram.

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