segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Real Vs Fantasias ou Mudança Vs Esperanças


Situação 1: Um homem conhece uma mulher (3 horas de conversa), a convida para jantar (outras 5 horas), a noite finaliza com um beijo denso, mais duas saídas (4 horas cada) e sexo (1 hora), o total de contato foi de menos de 20 horas e então ele desaparece com alguma frase do estilo "estou confuso".

Na cabeça da mulher, ela já tinha imaginado viagens com ele, idas ao cinema, conhecer a respectiva família e amigos e vice-versa, talvez até já tivesse especulado sobre morar com ele, quem sabe, inclusive, ter filhos e envelhecer em companhia um do outro.

Em outras palavras, no pensamento, anos se passaram contra 17 reais horas, a dor da finalização se referiria à realidade ou à fantasia que ela criou sobre a breve relação?

Situação 2: Casal juntos há 10 anos, ao ser perguntado à ela o que a mantém no relacionamento, a resposta se refere ao que um dia foi, esperando que volte a ser dessa maneira no futuro, até porque essa crença a leva a não ter que se preocupar com a dor da separação.

Situação 3: Casal namorando há pouco tempo, ambos por razões próprias começam a fazer planos sobre o que farão no futuro, apesar de não investigarem o presente, assim, a fantasia sobre possibilidades os mantém juntos. Contudo, com o tempo, o presente analisado mostra uma distorção sobre o que são e o que desejam, um ou ambos se apaixonaram não pelo que é, mas pelo que poderia ser, embora nunca tenha sido. Assim, é a esperança que os leva a se casarem, e até terem filhos, mas não quem cada um, de fato, é.

Situação 4: Mulher que frequentemente gasta mais do que o ganho do marido, leva esse a se preocupar constantemente com o débito no banco, enquanto ele pede que ela gaste menos, caso contrário a deixará devido ao seu intenso e perigoso consumismo, ela promete que parará. Porque ele não quer "pagar o preço" de se separar, ele acredita e se mantém na relação. Contudo, ela não muda.

Situação 5: O marido alcóolatra sempre promete que parará de beber e perder empregos, às vezes em meio a lágrimas, por outras com raiva ou vergonha. Pelo que pode vir a ser, ela continua no relacionamento.

Comentários: Os sentimentos são formados com base nas nossas imaginações, fantasias, pensamentos, percepções, interpretações e aprendizagens passadas. O problema é que essas faculdades do raciocínio não são, muitas vezes, colocadas à prova sobre o que é, ficando apenas no subjetivo, possuindo pouca realidade.

Assim, o real, o presente, é uma coisa, o que se reflete sobre ele é outra. Daí a pergunta: quanto do que pensamos, que acaba por governar os nossos sentimentos, se baseia no real e quanto é apenas elocubração fantasiosa?

Ademais, a esperança (motivada por razões que agora não são importantes), muitas vezes, mata a mudança, permitindo apenas o SobViver.

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