segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Hipnose

Há inúmeras definições para hipnose, eis a que fiz: hipnose é o nome dado a fenômenos específicos da psique, os quais ocorrem em maior ou menor nível e variedade no dia a dia, de maneira coerente (caso contrário seria psicose), voluntariamente ou não. Esses fenômenos podem ser provocados por um hipnotista, em maior ou menor nível; se em psicoterapia, dá-se o nome de "Hipnoterapia", se com a finalidade de entreter, dá-se o nome de "Hipnose de Palco".
 
Os fenômenos mais utilizados em entretenimento são amnésia (esquecer um número ou o próprio nome), alucinação positiva (comer uma cebola achando que é uma maçã), alteração da percepção de si (acreditar que está possuído ou é outra pessoa), catalepsia (contração muscular intensa, podendo provocar o "efeito tábua" da cabeça aos pés e colocar indivíduo entre 2 cadeiras) e anestesia (não sentir alguma sensação em alguma parte do corpo, não ocorrendo dor). Os fenômenos mais utilizados em psicoterapia são hipermnésia (memória intensificada), pseudo-orientação no futuro (exercício de imaginar-se intensamente em situações possíveis) e anestesia ou analgesia, para o caso de dor crônica ou aguda.
 
"Hipnotistas de Palco" possuem, comumente, a falsa crença de que levar alguém a esquecer um número durante alguns momentos ou tomar-se como sendo outra pessoa por alguns minutos, provoca nenhum dano ao sujeito, grave engano. Imagine alguém que tenha traços psicóticos acreditar que se tornou outro ser, de outro sexo, por 5 minutos, ou outro que tenha depressão, timidez e dúvidas sobre as próprias capacidades e em hipnose, em frente a muitos, esqueceu o número 7 por 2 minutos. Mesmo provocando amnésia do acontecido durante a "Hipnose de Palco", não significa que o sujeito tenha apagado a memória, mas sim que a tenha esquecido, e não é porque alguém esquece algo que isso deixa de influenciar.
 
Alguns hipnotistas se orgulham de hipnotizar (provocar algum fenômeno psíquico específico) rapidamente (até 15 segundos), mas isso é realmente fácil, basta conhecer 2 ou 3 técnicas de relaxamento e 3 frases que provocariam fenômenos, que seria o suficiente para cerca de 20% da população.
 
Contudo, o problema, raras vezes, é conseguir hipnotizar alguém, mas é sempre saber o que fazer com o indivíduo com depressão, com a lembrança de críticas excessivas do pai, falta de amor da mãe, bullying, sequestro, aprendizagens ruins sobre sexo e outros sofrimentos.
 
Afinal, psicoterapia é o processo de facilitar um paciente a aprender a lidar com o medo da morte, de traição, de rejeição, baixa autoestima e/ou outros sofrimentos do viver. Infelizmente, muitos aprendem a hipnotizar, mas não a meditar sobre esses problemas, pior ainda, acham que sabem tratá-los, dispondo-se a se tornarem hipnoterapeutas, piorando a situação, e quando assim ocorre, apenas dizem que foi uma limitação do paciente, quando foi um erro deles.
 
Portanto, hipnotizar é fácil, saber usar os fenômenos é outra história, muito mais complexa. Alguém que saiba provocar uma hipermnésia a um trauma equivale a saber usar um bisturi para chegar até o coração, o que não significa que saiba o que fazer quando vê-lo, podendo obviamente, provocar muito mais dano do que benefício.

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