segunda-feira, 15 de abril de 2013

Pai e Mãe Frustrantes

O que é um bom pai e uma boa mãe?

A resposta é uma: depende de quem a responder, e essa pessoa estará dentro de um contexto histórico, religioso, cultural e econômico. O que uma boa mãe deveria ensinar ao filho no contexto judaico sobre guerra? O que um pai precisaria ensinar ao seu filho há mais de 2000 anos em Esparta? O que os pais precisam ensinar aos seus filhos hoje sobre profissão?

Há um absurdo nos dias de hoje que tem simplesmente matado ou amortecido, em muitos, sentimentos de admiração e agradecimento dos filhos em relação aos pais: a ideia de que não podem provocar traumas, de que precisam orientar, ser pacienciosos, tolerantes, sábios, dedicados, bons ouvintes, sorridentes, leves, doces, graciosos, carinhosos e Tudo Isso, Sempre.

Alguns da psicologia, da pedagogia, propagandas de margarinas e novelas, nas suas múltiplas formas, contribuem para isso. Ora, no momento em que um filho espera tanto dos seus pais, é apenas razoável ele dizer que fracassaram e que merecem pouco ou nenhum respeito. A bobagem ganha tamanho maior quando é dito que algumas horas de qualidade de dedicação ao final do dia, após um exaustivo dia de trabalho dos genitores fora de casa, resolvem todos esses aspectos, isso tudo na esperança esotérica de que os pais não se sintam culpados ou ruins por passarem o dia buscando dinheiro e outras finalidades nas suas vidas. Não há qualidade real com pouca energia e tempo de dedicação, mas esse é outro problema.

Tem pais que melhor seriam se assim não fossem, mas não é essa a discussão aqui, e sim a de que muitos pais merecem o reconhecimento e admiração dos filhos que sabem apenas atacar as faltas e falhas daqueles que os colocaram no mundo, mas não percebem e/ou tampouco valorizam os acertos.

É bobagem entrarmos numa pizzaria e exigirmos uma picanha, mas é isso que muitos filhos fazem com pai e mãe, reclamam deles por não serem como eles acham que deveriam, não aprendendo a perceberem que embora não possam, por vezes, oferecer o alimento que querem, tem tantos outros possíveis que podem.

Um conceito básico é: onde os pais faltaram ou falharam, os filhos que assumam a responsabilidade de se superarem nesses pontos. O outro é ser justo para com eles, ou seja, reconhecer as virtudes dos pais, e não apenas o que poderiam ser ou ter feito que não fizeram.

É verdade que há filhos que no desespero de absolverem seus pais, seja por quais razões for, não percebem as violências silenciosas ou gritantes dos mesmos, mas essa também é outra complexa situação.

Nenhum comentário: