quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sentido e Significado da Vida

Situação 1
Mulher educada para dar significado à vida sendo mãe, quando os filhos saem de casa, não sabe mais o que fazer no seu dia a dia (também chamado de síndrome do ninho vazio).
Parte comum do histórico
Primeiros brinquedos eram bonecas de bebês, com as quais a mãe ajudava a brincar, elogiar, sorrir e abraçar, enquanto falava como era bom ter a filha e que a tornava uma mulher feliz.


Situação 2
Homem aprende que seu valor está na sua capacidade de trabalho, quando se aposenta, desenvolve alcoolismo porque não sabe mais o que fazer no seu cotidiano, salvo anestesiar-se da dor de perda da utilidade e valor como indivíduo.
Parte comum do histórico
Garoto vê seu pai saindo de casa para trabalhar, ouvindo sempre do progenitor que o bom homem precisava ser independente e um profissional de mérito, pois o “trabalho enobrece”.


Situação 3
Mulher aprende a acreditar que se realizará como pessoa na medida em que ajudar outros através da sua saúde orgânica, tornando-se médica.
Parte comum do histórico
Garota tem uma mãe com problemas cardíacos, precisando estar sempre atenta a dificuldades da progenitora, auxiliando nos medicamentos e a vendo mensurar sua pressão, enquanto pede ajuda da filha para ler algo sobre a doença dela na “internet”.


Situação 4
Homem aprende a se valorizar mediante status e poder financeiro, tornando-se empresário, quando vai à falência, entra em depressão e inicia pensamentos suicidas.
Parte comum do histórico
Garoto cresce com o pai falando com orgulho do que tem comprado, por onde tem viajado e elogiando o poder do dinheiro, sendo essas falas exaltadas pelo respectivo avô, em frente do neto em questão.


O sentido da vida é um conceito vetorial, sempre será: (1) buscar o prazer, (2) fugir da dor, (3) buscar fazer o correto e (4) fugir ou evitar a culpa; o que diferirá os indivíduos não será os vetores, mas sim a finalidade específica de cada um, ou seja, o prazer, dor e moral específica de cada pessoa. Certamente, há muitos momentos em que esses direcionamentos provocam colisões, por exemplo: se o que der prazer por um ponto-de-vista, gerar dor pelo outro, como a ideia de divórcio; ou se o que gerar dor for o certo: como pedir desculpas.

Dar significado à vida é criar uma bússola para o dia a dia, é inventar uma (ou mais) utilidade para a própria vida. Geralmente, aprendemos a fazer isso sem nos darmos conta, o grande sofrimento não é a alienação sobre de onde vêm o significado que damos para a vida, mas sim quando (1) o perdemos e as dores começam ou quando (2) ele provoca problemas existenciais maiores, como acreditar que o sacrifício próprio é a única forma de crescer espiritualmente.


O máximo da Liberdade de Pensamento de que qualquer pessoa seja capaz, talvez, é concluir, com verdade: tenho isso como o que dá significado para a minha vida, porque Eu assim optei, caso seja necessário, retomarei o questionamento e redirecionarei o meu sangue e garras para onde Eu definir, não porque me disseram ou li ou ouvi em algum lugar, mas porque Eu, ao refletir e questionar de maneira lúcida a minha vida e sentimentos, assim como o que me circundou e circunda, dentro do que me é possível, decido. Entendo que outros possam achar bobo, inferior, desprezível ou até vil, mas para mim tem todo o significado de que preciso, nesse momento, porque Eu raciocino dessa maneira.

A vida não tem significado, até formarmos um (ou muitos) para ela(!); de maneira percebida ou não, lúcida ou não, questionada ou não.

Entendo o apelo de dizer que o significado da vida viria de algo metafísico, inspirado por algo divino; instinto de sobrevivência ou da maternidade; da mente inconsciente e/ou do destino escrito em algum lugar, mas isso é usar uma crença para criar outras crenças e essa é outra discussão.

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