quarta-feira, 18 de junho de 2008

Educação de Cordeiros

"Precisamos descobrir o que as crianças querem e as auxiliarmos nessas buscas".

"Frustração gera traumas e devemos evitá-los".

Nascemos com instinto, buscar prazer e fugir da dor, no entanto, não sabendo o que dá dor ou prazer, o que será aprendido no dia a dia. As crianças aprendem, na sua formação, a desejar e então querer, o que ouvem dos pais, amigos, professores e propagandas.

A formação nas escolas é governada pela pedagogia e psicologia. Alguns pensadores dessas áreas, ainda hoje, usam idéias sobre a sabedoria das crianças de saberem o que querem, necessitando serem respeitados os seus desejos. Ora, elas estão apenas buscando o que aprenderam, em grande parte, com propagandas, nas suas formas claras e obscuras, como alguns filmes, novelas e músicas. A "sabedoria"/ desejos das crianças são, na sua maioria, os efeitos de propagandas, seguí-los sem questionamentos é uma escravização do espírito.

As conseqüências dessa educação, facilmente verificáveis na educação amplamente usada de 1980 em diante, são:

- Não aprender a lutar pelo que quer;

- Não aprender a ter disciplina para abrir mão de prazeres e enfrentar dores no presente para viver bem no futuro;

- Ter poucas dores na infância, temendo em demasia dificuldades do viver. Podendo, inclusive, tornar-se afetável demais com relação a esforços necessários e comuns do viver, como cansaço, grandes exigências de trabalho, pressão no estudo, relacionamentos e afins.

Essas conseqüências, além de serem um problema em si, tendem a gerar alguns outros, como dificuldade de atenção (no que não gosta), de aprendizagem (do que não gosta), de dedicação (ao que não gosta) e depressão (por não conseguir obter o que gosta).

Em suma, aprender a viver com dores e a se violentar (na medida do necessário), como num divórcio (uma amputação psicológica auto-imposta) ou excesso de trabalho/ estudo, é fundamental para viver bem, tornando-se mais lobo do que cordeiro, o primeiro tende a se tornar livre e independente e o outro acaba por depender de pastores para ser protegido e alimentado.

A mudança de ovelha para lobo é possível, mas é permeado de um esforço, e esse, é contra o instinto, o que é bastante difícil devido à educação já tida.