quinta-feira, 26 de junho de 2008

A Ignorância é doce, até se tornar amarga.


“Olha o que você me fez fazer!”

“O meu passado me construiu, por isso sou assim.”

“A genética da minha família tem esse problema.”

“Mas olha o país que vivemos!”


Existem dois tipos de problemas que colhemos na vida: aqueles que plantamos e aqueles que plantaram por nós, mas em ambos depende de nós lidarmos com eles.

Alguém nos assalta, nos violenta quando não conseguimos nos defender ou mata quem amamos, nada disso foi responsabilidade própria, mas depende de cada um, se quiser ser um homem ou mulher de espírito livre, aprender a superar isso.

Há doçuras em se posicionar como vítima da vida: colocar-se como o certo e os outros errados; ser considerado importante o suficiente para ser invejado, e então destratado; não ter que se esforçar para fazer as engrenagens da própria vida funcionar; sentir-se purificado através de um martírio, mesmo que fantasioso; ser procurado por conhecidos ou família, pois caso estivesse bem não o seria ou ser pouco exigido por si e outros. Entretanto, com o tempo, a sedutora vitimização pode se tornar um vício, o veneno da autopiedade.

O autogoverno é uma atividade difícil, a qual, facilmente, pode se tornar uma tortura, caso não seja feito com destreza e bondade para consigo, tanto porque uma das dores do viver advém de uma culpa cuja causa é acreditar-se mais capaz do que de fato se é, como também pelo fato de que ser médico do próprio espírito é uma arte complexa.

O homem livre não é melhor do que o alienado, apenas conhece sabores mais encorpados, mais vivos, mais firmes da vida.

Então, como disse Sêneca:

“Faça o que de ti depende, de resto seja apenas firme e tranqüilo.”

No entanto, sabendo diferenciar o que de ti depende.

Nenhum comentário: