terça-feira, 5 de agosto de 2014

Pai e Mãe Protecionistas e Respectivos Perigos


Pais e/ou mães buscam facilitar a vida de seus filhos - demais, por vezes - seja elogiando muito; ajudando nas lições da escola (por vezes as fazendo); os vestindo quando já conseguiriam o fazer por eles mesmos; dando banho ou escovando os dentes (mesmo que já tenham capacidade cognitiva para tanto); fazendo sanduíches quando eles já saberiam o fazer; discutindo na escola sobre o fato de terem sido empurrados por outros colegas da mesma idade e tamanho, não ensinando os próprios filhos a resolverem esses problemas sozinhos; dando os brinquedos ou roupas que (nem) pedem; com pouca crítica; muitos "sins" e poucos "nãos".

As mais frequentes causas pelas quais pais e mães fazem isso: tornar os filhos felizes, hoje; não cometer os mesmos erros que os próprios pais cometeram com eles; evitar traumas ou frustrações; ser gostado pelos filhos, até por ser difícil um filho gostar de um genitor que Vive dizendo "não" e que pede mais esforço do filho nos estudos ou organização; culpas por passar o dia trabalhando, não podendo estar mais presente e medo de não ser gostado pelos filhos como não gostaram ou amaram seus próprios pais.

Independentemente dos por quês pais e mães têm essas ações, alguns efeitos comuns na prole: não desenvolvem independência, pois não aprenderam que podem contar com eles mesmos em situações específicas e/ou difíceis; os filhos se tornam inseguros, pois não sabem do que são capazes, pois pouco foi colocado à prova; não se dedicam e tendem a ficar indisciplinados, pois só querem fazer o que tiverem prazer em fazer; não sabem lidar minimamente com "bullyings" normais da vida, pois alguém sempre resolveu os problemas deles para eles; desistem facilmente das "odisséias" da vida, pois algumas coisas exigirão muita dedicação antes de qualquer fruto, e por vezes, não darão fruto algum; muito medo de errar, pois costumam ter dificuldade de perceber as próprias faltas ou falhas, pois receberam muitos elogios e poucas críticas, acreditando ser mais gostáveis e infalíveis do que de fato são.

Possíveis caminhos para evitar um ou mais desses comuns efeitos:
1- Para cada crítica, 2 elogios de igual importância, não no segundo seguinte, depois.

2- Deixar e propor à criança fazer o que ela tiver capacidade de fazer.

3- Respeitar e valorizar o que as crianças sabem, mas lembrar que elas não são sábias, e que se for deixado à critério delas, alimentar-se-ão apenas de chocolate, tenderão a não se dedicar à escola e dificilmente desenvolverão um caráter que contenha a ideia: aja como você gostaria que o outro agisse com você (sim, essa ideia é falha, o mais acertado poderia ser: trate o outro como o outro quer ser tratado, se assim for justo e razoável, mas essa é outra discussão).

4- Ensinar não apenas a "pescar", mas sim a como entender o comportamento do peixe ou animais para caçar o quê quiser e como quiser, mas mais ainda, ensinar a se perguntar quais alimentos quer ter na própria vida. Embora seja mais fácil "dar o peixe", à curto prazo, fazer isso facilita dependência dos pais e não ensina a pensar sobre a vida e na vida.

5- Ser carinhoso e afável com os filhos, até podendo facilitar, mas evitar, evitando fazê-lo demais.

Uma das coisas mais difíceis na vida é educar um ser humano, não há regras, há apenas algumas ideias que possuem maior probabilidade de dar certo do que outras. Portanto, tornar-se pai ou mãe é uma aventura de muitos caminhos e possibilidades, sem garantia alguma.

E no Templo de Delfos, há cerca de 2600 anos, foi escrito melhor: "Nada Em Excesso".

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