quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Depressão e Ansiedade


Imaginemos que cada pessoa carrega pela sua vida uma mochila nas costas, cada problema não resolvido é um tijolo colocado nela, maior ou menor, mais ou menos pesado, seja referente a problemas de relacionamento, trabalho, autoestima, traições, medos e/ou tantos outros.

Um determinado dia, após silenciosos avisos de cansaço, irritabilidade aumentada, alterações no apetite, insônia, dores inexplicadas e/ou agressividades desnecessárias, vem um profundo esmagador cansaço ou uma crise de taquicardia, pressão aumentada, irrequietação, dificuldade de concentração e/ou sensação de desespero. Aqui, seria um momento agudo de tristeza e ansiedade, respectivamente, que caso se torne mais ou menos frequente, tenderá a gerar outros efeitos e sintomas, provocando um quadro clínico psi (-cológico)(-quiátrico) de depressão, ansiedade e/ou afins.

Ao buscar entender o que causou todo esse estado, é relativamente fácil perceber qual foi o último ou últimos "tijolos". A maioria dos indivíduos com uma síndrome de sofrimentos emocionais e racionais vem de acúmulos de problemas pequenos e moderados na vida, não graves, como a morte de um filho.

As pessoas precisam formar "radares" nelas para perceberem o que as têm incomodado no dia a dia, seria razoável fazer um diário das emoções agradáveis e desagradáveis ao final do dia, buscando descrever o que estava acontecendo nos momentos em que elas ocorreram, assim como o que se passava na mente enquanto as estava tendo. É um simples exercício de autoconhecimento, mas de uma riqueza existencial inestimável.

Uma vez feito o diário por 1 ou 2 semanas, buscar classificar os prazeres e incômodos. Geralmente, as pessoas têm dificuldades em áreas específicas da vida, que até podem contaminar outras, mas geralmente são poucas, grosseiramente falando, seria como se problemas no trabalho "infectassem" o relacionamento e/ou o oposto, que por sua vez, gerariam outros reais problemas. Exemplo: um homem (ou mulher) com excesso de trabalho, não dificilmente, terá um cansaço intenso, que provocará uma diminuição da libido, facilitando a insatisfação sexual da esposa, agravando eventuais inseguranças dela sobre a possibilidade dele ter alguma amante, e quando questionado sobre essa possibilidade, pelo cansaço e intensificada irritabilidade, responde de maneira contundente, aumentando a distância entre os 2 e diminuindo mais ainda a disposição dele de ter relações sexuais, gerando mais atritos e dificultando a vida de ambos, tornando-o menos motivado no trabalho, agravando a falta de concentração e produtividade, facilitando o aumento de pressão do chefe por causa da diminuição de eficiência do mesmo, sendo agora, de maneira direta ou indireta, ameaçado pela possibilidade de demissão. Numa situação contínua dessas, sem precisar de muita criatividade, o que pode acontecer no trabalho, relacionamento e saúde do vivente? 

Viver uma "vida simples" é apenas possível em revistas, novelas e variações. Ademais, entender um problema não significa saber lidar bem com ele ou superá-lo.

Dito melhor: "rapadura é doce, mas não é mole não".

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