segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Uma Educação Fragilizadora

Situação
Adulto de 28 anos de idade não consegue se decidir por uma faculdade (1) por não saber o que quer, (2) querer algo pelo que esteja apaixonado todos os dias, (3) querer se esforçar pouco, (4) achar que não será capaz de cumprir com as exigências da faculdade; (5) ter claro que continuará sendo cuidado pelos pais mesmo que decida por nada e/ou (6) culpando a todos, menos a si, pelas indecisões, inseguranças e falta de comportamentos férteis para com a própria vida.


Reflexões
Não se faz uma bomba apenas com 1 ingrediente, mas sim uma série deles somados e colocados no mesmo recipiente. Ingredientes potencialmente perigosos que facilitam a formação de 1 “adulto” com essas posturas:
1- Receber elogios em excesso.

2- Quase não receber críticas.
3- Ser pouco exigido.
4- Ter uma mãe ou pai que resolve (quase) todos os problemas pela própria criança, principalmente aqueles que ela poderia aprender a resolver por ela mesma e/ou já saiba.
5- Propor uma formação orientada pelo “primeiro o prazer, depois o prazer e depois o dever”.
6- Tentar motivar a criança apenas pelo prazer, sem frustrações ou castigos (sendo um dos mais eficientes apenas tirar o que a “criança” gosta, até que faça por merecer).
7- Fazer as lições com os filhos, quando o ideal seria as crianças fazerem as lições sozinhas, e apenas após tentarem elas mesmas suficientemente, pedirem ajuda aos pais, e quando os mesmos recebessem o pedido de ajuda dos filhos, que ensinem à “pescar” e não “dar o peixe”.
São inúmeras as razões comuns para essas posturas dos pais:
1- A divulgação na mídia de uma psicologia ou pedagogia que defende, de uma ou outra maneira, essas ideias.

2- Pai ou mãe com medo de não ser amados pelos filhos, sendo que para evitar isso, a coisa é fazer tudo que deixa o filho ou filha feliz agora, ou seja, fazer o que eles quiserem, facilitando "pequenas" ditaduras e ditadores, presentes e futuros.
3- Não querer se indispor com o filho ou filha por culpa de não ter tempo para ficarem juntos.
4- Tentar dar uma “educação moderna” onde as crianças são felizes o tempo inteiro.
5- A divulgação da bandeira de que “sem tesão não há solução”, quando a verdade está mais para “sem garra não há solução”.
6- Estarem cansados por terem acordado cedo, trabalhado o dia inteiro e não conseguirem ter a energia para ensinar o que seria necessário.
7- Imaturidade dos próprios pais.
Certamente, uma das comuns tarefas na vida, cada vez mais complexas, é educar filhos. Toda educação precisaria consistir de 3 perguntas, constantemente feitas e questionadas:
(a) O quê formar num filho?

(b) Como formar esse conteúdo nele?
(c) Qual o meu limite com relação à quanto eu posso influenciar o meu filho ou filha? Sabendo que esse limite se altera ao longo da vida.
Um bom pai ou mãe é quem acerta mais do que erra; para ser muito bom é porque acerta muito mais do que erra; e para ser excelente, é preciso acertar mais, mas muito mais do que errar. O erro sempre existirá, a perfeição, principalmente nesse ponto, é um perigoso conto de fadas.
Resumindo: que a criança (1) faça por si o que souber; (2) o que não souber, mas conseguir aprender a fazer, que aprenda; e (3) aquilo que sair do poder delas, que os pais façam. Até é razoável os pais mimarem os seus filhos, fazendo o que os pequenos souberem, mas estão com preguiça, contudo, errar no excesso de mimo, tende a impedir garras de crescerem e dentes de se fortalecerem.
Um conselho: apesar de todo excesso ser complicado, é mais fácil pedir para alguém que está acostumado a correr, começar a caminhar, do que pedir para alguém que está acostumado a ficar deitado e receber tudo no colo, começar a correr. Então, se precisar errar pelo excesso, que seja da exigência e não a falta dela.

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