quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Educação de Filhos

Toda e qualquer formação de um filho ou filha se fundamenta em 2 perguntas, praticamente nunca perguntadas e constantemente respondidas:


1- O que eu quero educar no meu filho ou filha?
Perguntas que auxiliam na busca da resposta dessa pergunta:


a- Quais valores morais eu gostaria que ele ou ela tivesse? 
b- Como eu gostaria que ele ou ela se relacionasse com colegas, amigos, amante, parentes e outras pessoas?
c- Que postura eu gostaria que o meu filho ou filha tivesse na vida profissional?
d- Como eu gostaria que fosse a relação com dinheiro?
e- Como eu gostaria que fosse a autoestima dele ou dela? Aqui vale um adendo, autoestima muito baixa pode ser tão danoso quanto muito alta.
f- Como eu gostaria que fosse o humor dele ou dela?
g, h, i, j, k...


2- Como educar essas características no meu filho ou filha?
Regras não há, o que funcionaria para um não funcionaria para outro, ou ainda, o que funcionaria numa época da vida pode não funcionar em outras.


Aqui vale o conceito de heurísticas, ou seja, idéias que Não podem ser chamadas de regras, mas que costumam funcionar.

Os pais costumam perder, gradualmente, o impacto que têm em seus filhos com o tempo. Ensinar a ser justo (ao meu ver, a maior virtude humana, muito discutida desde Sócrates, vulgarizada nos dias de hoje por muitas razões) é menos difícil em alguém que tenha 5 anos do que em alguém que tenha 15 e que tenha descoberto que ser injusto tende a gerar menos esforço e mais objetivos atingidos na vida (a discussão poderia ser longa nesse tópico, mas não é o momento).

As 4 maiores heurísticas sobre uma educação eficiente, prudente e lúcida:
I - Reflita sobre a "primeira pergunta".
II - Torne-se as suas respostas.
III- Imponha-as ao seu filho ou filha de maneira firme e leve.
IV- Depois, na medida do crescimento de sabedoria dele ou dela, debata as suas respostas.


Sim, educar é permeado por pensar ideais nada fáceis da vida. Educar é ensinar a pensar (com justiça!?) e viver esse pensar, apesar dos seus pesos. A maioria das pessoas querem justiça, mas quando essa se vira contra elas, elas tendem a querer seus direitos (lei e justiça não são a mesma coisa, e também não é o local adequado para a discussão).

Entretanto, o comum é reproduzir com os filhos o que aprendeu com os próprios educadores (pai, mãe, avós, babá e professores) , e quando dizem que farão exatamente o oposto, não incomumente fazem o mesmo, e se não, frequentemente perdem a virtude que tinha nas atitudes do próprio pai ou mãe, por mais que fossem ásperas ou apenas chatas.

O pai ou mãe que não duvida da educação que dá ao filho ou filha tende a ser um perigo para si e os seus filhos, aquele que duvida demais pode se tornar uma estátua, pois a busca da perfeita liberdade e educação enrijece os músculos e trava a alma.

Bons pais são aqueles que acertam mais do que erram, e aqueles que assim o fazem, já podem ser considerados heróis. E os filhos, por mais bem educados que possam ter sido pelos seus pais, podem colocar tudo à perder e a culpa será, na essência, dos próprios filhos.

Ser um bom pai ou mãe é uma das tarefas mais complexas que existem, e mesmo assim, por melhor que se seja, o efeito pode ser um filho ou filha do qual o pai ou mãe não se orgulhe.

Uma das mais importantes perguntas que um pai ou mãe pode fazer ao filho, filha, neto ou neta é: você me considera um preceptor de mérito? E que ao ouvir essa pergunta, o indivíduo em sua frente tenha a maturidade de responder de maneira sábia à essa pergunta, e alguns filhos e netos nunca chegarão nesse nível, pois nunca conseguirão a maturidade ou justeza de espírito para saber que para serem bem educados, tiveram que ser contrariados, exigidos e punidos centenas de vezes ao longo da sua vida.

Ser um bom educador de espíritos (como mãe, pai, avô ou avó) e nunca ser reconhecido por isso ou não ver o fruto das sementes plantadas e cuidadas, eis um aspecto comum da existência.

Fala-se muito de pais ou mães "desnaturados", que são tantos quanto os filhos ou filhas "desnaturados".

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